GEDAI/UNIR/CNPq

Todo mês, o Grupo de Estudos de Defesa e Análises Internacionais (GEDAI) da Universidade federal de Rondônia (UNIR) lança uma coletânea de 10 notícias publicadas no mês anterior, que trazem a relação ciberespaço-poder, especialmente no que tange a relações internacionais, Relações Internacionais (RI) e Relações Internacionais Cibernéticas (CiberRI). Essa ação faz parte do projeto CiberRI/CyberIR News: coletânea de notícias sobre Relações Internacionais Cibernéticas. Acesse a página do projeto e conheça mais sobre esta iniciativa que conta, ainda, com a autorização da Stanford Cyber Iniciative para traduzir seu clipping semanal Friday Cyber News. Devido ao grande interesse em relação às criptomoedas (cuja expressão maior é o Bitcoin), trazemos também as últimas notícias e cotações acerca delas. Algumas notícias estrangeiras vêm contextualizadas e/ou com informações extras, para servir de base à realidade brasileira.

Dúvidas e sugestões: envie uma mensagem para o correio eletrônico gedai@unir.br, com o assunto intitulado "CiberRI News".

Até o próximo mês!

Fevereiro de 2018

1. 06/02/2018: O Secretário de Estado americano Tillerson propôs a combinação do Gabinete do Coordenador de Segurança Cibernética do Departamento de Estado com o Gabinete de Comunicações Internacionais e Política Informacional da Secretaria de Assuntos Econômicos, com o intuito de criar um Gabinete para o Ciberespaço e a Economia Digital. [The Hill; Stanford CFN]
2. 07/02/2018: O Office 91 (departamento governamental da Coreia do Norte, responsável por hackings) enviou jovens engenheiros de software para Rússia, Malásia e China, objetivando trabalhar como desenvolvedores freelance de software e hackers – ou ambos – para enviar dinheiro de volta ao país e identificar vulnerabilidades em softwares comerciais que possam ser usados nas operações cibernéticas norte-coreanas. [Bloomberg; Stanford CFN]
3. 10/02/2018: Ataques cibernéticos interromperam o acesso à Internet durante a abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, na Coreia do Sul. Tamanha foi a preocupação que especialistas em segurança cibernética do Ministério da Defesa sul-coreano foram incumbidos de averiguar o caso, que impactou diretamente o centro de imprensa dos Jogos. [UOL; Exame]
4. 11-12/02/2018: Em entrevista, a antropóloga e pesquisadora da Universidade de Cambridge Beth Singler destaca as questões de gênero em relação a robôs e androides. Essas e outras temáticas atinentes a áreas não tão comumente ligadas às Ciências da Computação e da Informação estão chamando a atenção de importantes instituições de ensino tecnológico do mundo. [Público; NYTimes]
5. 13/02/2018: Chefes de Inteligência dos EUA alertam para o fato de que a Rússia já está conduzindo operações de influência nas redes sociais visando as eleições legislativas estadunidenses, embora não tenham como alvo infraestrutura crítica (ou estrutura estratégica) eleitoral, como máquinas de votação e bases de dados de informações de eleitores – ainda. [NYTimes; Stanford CFN]
6. 20/02/2018: Embora o pedido orçamentário “FY19” do Comando Cibernético estadunidense (conhecido também por USCYBERCOM, ligado ao Departamento de Defesa – DoD) não esteja bem detalhado, alguns programas com que ele está trabalhando incluem suporte contínuo para esforços cibernéticos ofensivos contra o Estado Islâmico, “a implementação de uma capacidade de diversidade de assinatura que permitirá a manipulação de ferramentas de código (tools code), de modo que uma única ferramenta possa parecer com ferramentas múltiplas que fornecem um meio para minimizar o risco de ser descoberta”, e o desenvolvimento contínuo de uma plataforma de triagem de software malicioso (malware), bem como uma ferramenta para identificar comportamentos anômalos dentro da rede do DoD. Outro programa que eles podem dar continuidade diz respeito a histórias em quadrinhos (HQs) curtas que ilustram cenários de ameaça cibernética – enquadrando-os em uma analogia ao futebol americano e usando uma arma cibernética de última geração com o codinome “martelo escuro” (dark hammer). [Defense News; Sofrep; Stanford CFN]
7. 24/02/2018: USP sedia o Technovation HackDay e ensina garotas de 10 a 18 anos a construir aplicativos. Um dos objetivos do evento é auxiliar as participantes a aprimorar ideias e estimular que se inscrevam no Technovation Challenge, desafio internacional anual em que equipes de garotas do mundo todo aprendem e aplicam habilidades voltadas a resolver problemas do mundo real por meio da tecnologia [Jornal da USP; Agência FAPESP; Technovation Challenge]
8. 26/02/2018: O especialista brasileiro em relações internacionais e defesa Marcelo Rech aponta que “já não é mais segredo que Pyongyang está fortalecendo sua ciberforça”, no sentido de aglutinar em suas operações cibernéticas a espionagem e o roubo de criptomoedas. No livro “Cyber War”, Clarke e Knake apontam a Coreia do Norte como uma potência cibernética. Seria, então, a guerra cibernética a extensão da política por outros e-mails? [InfoRel; GEDAI]
9. 27/02/2018: O almirante estadunidense Rogers, antes de sua aposentadoria, depôs, ante o Congresso Nacional dos EUA, que ele não recebeu autorização específica para contra-atacar ataques cibernéticos russos contra eleições americanas e que as medidas tomadas até o momento, incluindo sanções e acusações de hackers russos, não surtiram efeito. Presumivelmente, as medidas a que ele se refere são baseadas em armas cibernéticas (e não, por exemplo, em parcerias mais estreitas com o Facebook ou, mesmo, de alcance diplomático). Hackers russos também estão voltando sua atenção para as redes governamentais alemãs, abrindo caminho, assim, para uma resposta coordenada por parte dos países atacados. [The Hill; DW; Stanford CFN]
10. 27/02/2018: Democratas do Congresso Nacional dos EUA introduziram uma legislação para anular a revogação da Comissão Federal de Comunicações (FCC) estadunidense sobre regras de neutralidade da rede (net neutrality). Para entender o caso: no final do ano passado, a FCC revogou regras criadas pela Administração Obama sobre neutralidade da rede, ou seja, a garantia de que operadoras não pudessem priorizar ou excluir determinados produtos de seus planos ou que elas possam dar mais velocidade para determinados serviços online ou, mesmo, bloquear certas plataformas. No Brasil, a neutralidade da rede é um princípio para a governança e o uso da Internet, sendo, inclusive, positivada no Marco Civil da Internet. [The Hill; IDGNow; Tecnoblog; CGI.Br; Presidência da República; Stanford CFN]

CRIPTOMOEDA$

1. Apesar de ter sido criada para escapar das amarras do sistema bancário tradicional, o blockchain (tecnologia responsável pela existência do Bitcoin) já está sendo usado pelo Banco Itaú (e outros bancos) em suas operações. [G1]
2. Analistas financeiros estão aproveitando a recente baixa do Bitcoin para acumular várias e vagas reivindicações para regulamentação e o menos vago ainda depoimento ao Congresso Americano dos presidentes da Comissão de Valores Mobiliários (SEC) da Comissão de Negociação de Destino de Commodities (CFTC). “A grande maioria das criptomoedas baseia-se em esquemas de pirâmide”, disse o presidente do Banco Mundial, enquanto a Unicef anunciava a descoberta de uma maneira de usar a criptomoeda Ethereum para arrecadar dinheiro para crianças sírias. Alguns mineradores de criptomoedas estão se mudando para o Canadá, depois que medidas chinesas restringiram o comércio e a mineração das moedas virtuais. Nathaniel Popper, do New York Times, observa que as criptomoedas estão chegando às universidades. O Facebook está “investigando” como sua proibição de anúncios promovendo criptomoedas foi contornada substituindo o “o” de “Bitcoin” por zero “0”. Rea1mente, c0m0 e1es nã0 pensaram n1ss0? No mês passado, por exemplo, o GEDAI teve uma promoção de anúncio vedada pelo Facebook por ter citado a palavra “Bitcoin”, curtiu? [Bloomberg; The Hill; Politico; Bloomberg; Guardian; Bloomberg; NY Times; Vice; Stanford CFN]
3. A partir de agora, se você não quiser mais ver os anúncios no Salon.com, eles exigirão que sua CPU terá de ser usada para minerar a criptomoeda Monero, em uma nova manobra na – eterna – batalha contra anúncios e pop-ups. [Cyberscoop; Stanford CFN]
4. Invertendo sua antiga posição de sugerir a proibição de transações em criptomoedas, a Coreia do Sul agora apoia ativamente o comércio “normal” de criptomoedas, depois que o ex-regulador sul-coreano de criptomoedas foi encontrado morto em sua casa (provavelmente de um ataque cardíaco ao dormir). Após os recentes roubos casas de câmbio, 16 casas de câmbio japonesas estão se unindo para formar um órgão autorregulador com a intenção de proteger melhor os depósitos dos clientes. O governo dos EUA quer vender bitcoins apreendidos – provenientes de sites que operavam na Dark Web como o Silk Road –, mas não está se movendo rápido o suficiente, pois quer acompanhar a volatilidade do mercado e vende-los em momentos de pico. A cidade de Nova York não precisa de sua própria criptomoeda vinculada a valores imobiliários. A Venezuela afirmou que sua criptomoeda Petro arrecadou US$ 735 milhões, mas não divulgou detalhes sobre seu código, não permitindo que o Petro seja convertido para Bolívar (moeda venezuelana), levando muitos a chamá-la de farsa. [Bloomberg; WSJ; Reuters; Fortune; Nautilus; Reuters; The Hill; Stanford CFN]
5. A China, via seu jornal People’s Daily, reitera sua posição pro-blockchain. Bill Gates saiu contra as criptomoedas em fevereiro, citando seu uso em compras de drogas ilegais. Ao contrário de citações anteriores, o rapper 50 Cent agora nega possuir qualquer bitcoin. [Technode; Ars Technica; Techcrunch; Stanford CFN]

Fonte: https://coinmarketcap.com/pt-br/all/views/all.
Nota: Última atualização: 25 fev. 2018.