O Grupo de Estudos de Defesa e Análises Internacionais (GEDAI) é um grupo de pesquisa situado no âmbito do Departamento de Ciências Sociais (DCS) da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), em Porto Velho/RO, que conta também com a participação de pesquisadores e estudantes ("Gedais") de outros cursos e instituições do Brasil e alhures.
Em 25 de setembro de 2017, o Grupo foi institucionalizado junto à Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PROPESQ/UNIR), conforme Portaria nº 044/PROPESQ (publicada no Boletim de Serviços da UNIR nº 106, p. 9, de 26/09/2017), e cadastrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil (DGP) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no seguinte endereço eletrônico: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/7199208148600393.
O núcleo duro dos Estudos de Defesa gira em torno de conceitos imprescindíveis tanto para a Ciência Política quanto para as Relações Internacionais (RI), quais sejam: poder e soberania. Como corolário destes, está a ideia weberiana de monopólio estatal do uso legítimo da força ou da violência dentro de um território, que, aplicada à Análise de RI, dialoga fortemente com os limites e constrangimentos engendrados por um sistema internacional que, ao mesmo tempo, é anárquico e que entrelaça atores estatais e não-estatais, como organizações não-governamentais (ONGs), empresas multinacionais privadas e grupos terroristas.
Os Estudos de Defesa enfatizam, por um lado, a segurança enquanto sentimento e obrigação legal – ou “contratual”, nos dizeres de teóricos juspolíticos – do Estado-nação e, por outro, os mecanismos de defesa que o poder militar do Estado possui, caso a diplomacia venha a falhar. Esse estado de coisas faz surgir o famoso brocardo clasewitziano de que a guerra é a continuação da política por outros meios. Portanto, estudar a defesa é estudar também a guerra enquanto manifestação politicossocial; e, ao fazê-lo, entender sua essência política, bem como formas de evitá-la.
A localização privilegiada em que se situam UNIR e Rondônia atina com uma das maiores preocupações na seara dos Estudos de Defesa brasileiros, qual seja: a questão das fronteiras. Pelo fato de o Estado de Rondônia possuir extensa fronteira com a Bolívia - cerca de 1.300 km -, ele se projeta como um fecundo campo de análises ambientais, econômicos, geográficas, legais, políticas, securitárias e sociais, e, portanto, um dos principais alvos de pesquisa e estudos por parte de órgãos responsáveis pela Segurança Nacional, bem como da Atividade de Inteligência e dos três documentos norteadores da Defesa brasileira, a saber: a Política Nacional de Defesa (PND); a Estratégia Nacional de Defesa (END); e o Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN). Some-se a isso tudo a seguinte emanação do parágrafo único do artigo art. 4º da Resolução 482/CONSEA/2017, que estabelece as diretrizes para o desenvolvimento das atividades de pesquisa na UNIR:
"Estimular-se-á como ação prioritária os processos de internacionalização, consolidação e fortalecimentos dos temas Amazônicos como horizonte da gestão da Universidade."
Um dos objetivos da UNIR, consoante o inciso I do art. 8o de seu Regimento Geral, é o de "promover a produção intelectual institucionalizada, mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes do ponto de vista científico e cultural, tanto no âmbito regional quanto no nacional e no internacional". Nesse viés, o objetivo geral do GEDAI é produzir pesquisas e análises sistemáticas sobre questões nacionais, regionais e, especialmente, internacionais, sobretudo daquelas relacionadas a políticas públicas e atividades que envolvam a Defesa Nacional, sob uma perspectiva interdisciplinar, que, diga-se de passagem, é também um dos valores da UNIR. Dessa forma, configuram-se os seguintes objetivos específicos para o presente Grupo:
Atualmente, o GEDAI detém os equipamentos listados abaixo para dar consecução a seus projetos. Caso algum Grupo de Pesquisa da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) deseje pegá-los emprestados ou ter acesso a algum deles, favor entrar em contato conosco.
A cor predominante na logomarca do GEDAI é a ametista, que, ao lado da coruja, do livro e da pena, está associada ao símbolo das Ciências Sociais, das quais germinam, também, Ciência Política (CP) e RI enquanto campos científicos. Em segundo plano, aparece a cor branca, geralmente associada à paz. Na parte inferior do círculo interno da logo, observa-se o globo terrestre envolto por um par de mãos, símbolos que remetem, respectivamente, ao emblema de RI e CP.
Atualmente, no Brasil, a Academia civil tem primado por compreender, de forma mais estratégica e contextualizada, as questões de Defesa Nacional, bem como os próprios militares buscam abrir espaços de interlocução com entidades civis para, juntos, analisarem conjecturas e demandas que dizem respeito não apenas às Forças Armadas, como também a toda sociedade brasileira. Por exemplo, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) já reconhece, em sua Tabela de Áreas do Conhecimento, a especialidade “Integração internacional, conflito, guerra e paz” (70905045) como componente da Área de Avaliação “Ciência Política e Relações Internacionais” (70900000). No âmbito da graduação e da pós-graudação, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aprovou em 2017 a criação do Instituto de Relações Internacionais e Defesa (IRID), a Universidade Federal Fluminense (UFF) mantém seu Programa de Pós-graduação em Estudos Estratégicos da Defesa e da Segurança (PPGEST) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) possui o Programa de Pós-graduação em Estudos Estratégicos Internacionais (PPGEEI).
Diante do acentuado crescimento de tais estudos, foi criada, em 2005, a Associação Brasileira de Estudos de Defesa (ABED), que congrega estudiosos civis e militares de Defesa e Segurança Internacional para debater assuntos de interesse nacional.