GEDAI/UNIR/CNPq

Todo mês, o Grupo de Estudos de Defesa e Análises Internacionais (GEDAI) da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) lança uma coletânea de 10 notícias publicadas no mês anterior, que trazem a relação ciberespaço-poder, especialmente no que tange a relações internacionais, Relações Internacionais (RI) e Relações Internacionais Cibernéticas (CiberRI). Essa ação faz parte do projeto CiberRI News: coletânea de notícias sobre Relações Internacionais Cibernéticas. Acesse a página do projeto e conheça mais sobre esta iniciativa que conta, ainda, com a autorização da Stanford Cyber Iniciative para traduzir seu clipping semanal Friday Cyber News. Devido ao grande interesse em relação às criptomoedas (cuja expressão maior é o Bitcoin), trazemos também as últimas notícias e cotações acerca delas. Algumas notícias estrangeiras vêm contextualizadas e/ou com informações extras, para servir de base à realidade brasileira.

Dúvidas e sugestões: envie uma mensagem para o correio eletrônico gedai@unir.br, com o assunto intitulado "CiberRI News".

Até o próximo mês!

Março de 2018

1. 04/03/2018: Antes da conferência do Comando de Defesa Cibernética dos EUA (USCYBERCOM) sobre operações cibernéticas em zonas cinzentas das legislações, eis alguns estudos recentes sobre direcionamento, proporcionalidade e soberania em relação a ataques cibernéticos (tanto militares quanto civis). [Lawfare; Stanford CFN]
2. 07/03/2018: Há um ano, foram lançados os documentos do Shadow Brokers (grupo hacktivista que estaria por trás da obtenção e venda de ferramentas hackers da NSA), e, em seu aniversário, a jornalista Kim Zetter destaca um aspecto esquecido desse episódio: a evidência de ferramentas que a NSA usa para detectar a presença de agências de Inteligência estrangeiras que operam nas máquinas dos seus alvos comprometidos. [The Intercept; Stanford CFN; PROOF]
3. 07/03/2018: O Vaticano está sediando uma maratona hacker ou hackaton (VHacks!) para desenvolver soluções técnicas a problemas de inclusão social, diálogo inter-religioso e assistência a migrantes e refugiados. (Tudo posso naquele que hackeia 🙏 ). [Wired; Stanford CFN]
4. 15/03/2018: Em agosto de 2017, uma companhia química da Arábia Saudita foi alvo de um ataque cibernético que tentou danificar fisicamente o maquinário e causar explosão. Todavia, erros no código impediram que isso acontecesse, mas a descoberta de uma série de ataques anteriores contra alvos semelhantes mostra os hackers aprendendo com seus erros e experimentando diferentes métodos de intrusão. Uma acusação formal de responsabilidade não foi feita, mas os perfis dos alvos escolhidos apontam para o Irã como o culpado. [NY Times; Stanford CFN]
5. 16/03/2018: Portugal terá seu centro de excelência em treinamento de segurança e defesa cibernéticas, sob a liderança da OTAN. A iniciativa contará ainda com a participação de 38 organizações públicas e privadas. [IOL]
6. 23/03/2018: A empresa de análise de dados Cambridge Analytica usou a API de aplicativos (app) do Facebook (e um pesquisador-não-menos-escrupuloso) para obter dados de 270.000 usuários do app, que podem ter tido conhecimento da coleta de dados pelo app, mas que 50 milhões de seus amigos não estavam cientes disso. Cambridge Analytica mentiu sobre possuir os dados, e provavelmente mentiu sobre a origem deles, o que pode ter levado o Facebook a um falsa sensação de segurança de que os dados foram apagados e que os seus usuários não gostariam de saber sobre essa violação de privacidade. E assim eles o fizeram. No entanto – e não obstante a seletividade do Facebook sobre a terminologia, chamando o incidente não de uma violação de dados, mas de uma “quebra de confiança” –, Mark Zuckerberg indicou que estaria disposto a testemunhar perante o Congresso dos EUA sobre as medidas de proteção de dados tomadas por sua empresa. O Congresso acabou aprovando a ideia. O Federal Trade Commission (FTC) – órgão nacional de defesa do consumidor – está também investigando se o Facebook violou cláusula de consentimento. Apesar de muitas repetições do tipo “se você não está pagando por isso, você é o produto” e do crescente conhecimento de que o Facebook lucra com a venda de anúncios baseados em dados de perfil, talvez faça com que os usuários do Facebook percebam não estão apenas vendendo a si mesmos, mas também seus amigos, levando a mais políticas de cunho social na plataforma. [Techcrunch; Guardian CNN; CNBC; Bloomberg; Stanford CFN]
7. 23/03/2018: Foi revelado que, em junho de 2017, o Ministério da Defesa brasileiro sofreu uma tentativa de invasão a seu sistema de catalogação Sismicat. Ao que indicam as fontes, a origem dos ataques provém da Rússia. [Defesa e Segurança]
8. 28/03/2018: O Equador cortou a comunicação de Julian Assange (fundador do WikiLeaks) com o mundo exterior. O motivo: falar demais (!). Para saber mais sobre o asilo diplomático e a estadia de Assange na embaixada equatoriana em Londres, sugerimos o documentário RISK. [G1]
9. 22/03/2018: A Comissão Global sobre a Estabilidade do Ciberespaço (Global Commission on the Stability of Cyberspace) está buscando uma definição de um tratado de não-agressão cibernética que as nações poderiam assinar, bem como um delineamento de o que não deve ser atacado em uma operação cibernética, ou que partes da infraestrutura da Internet devem ser designadas como zona proibida para os combatentes. [The Register; Stanford CFN]
10. 23/03/2018: O Comando de Defesa Cibernética estadunidense lançou o documento Achieve and Maintain Cyberspace Superiority, que expõe sua visão de comando. Eis aqui um exemplo de como políticas exterior e de defesa cibernética estão tentando andar juntas naquele país, onde o ciberespaço é visto ora como um ecossistema por diplomatas, ora como uma nova topologia por militares. [USCYBERCOM]

CRIPTOMOEDA$

1. Serra Leoa utilizou um blockchain privado e autorizado para supervisionar e comunicar os resultados da sua eleição nacional. A tecnologia por trás disso ficou invisível para os eleitores, que usaram cédulas de papel; representantes da Agora, empresa fornecedora do blockchain, analisou as cédulas e registrou cada voto no blockchain. [Coindesk; Stanford CFN]
2. O início da venda pública da criptomoeda venezuelana Petro foi marcado por muitas dúvidas. A moeda virtual surgiu como uma alternativa de o governo Maduro driblar as sanções estadunidenses, porém as empresas e funcionários no país não sabem ao certo como ela funciona. [UOL]
3. Duas notícias fizeram com que o Bitcoin perdesse 10% de seu valor... em apenas uma hora! A primeira delas diz respeito a suposto hacking à Binance, uma das maiores corretoras de ativos digitais. A outra foi por causa do comunicado da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (CEF) de que pretende buscar regularizar esses tipos de corretoras. Para especialistas, a última notícia não é tão ruim assim, representando mais um marco importante para dotar de ordem o atual cenário das casas de câmbio de criptomoedas. Some-se a isso a diminuição das transações com o Bitcoin, que muito se deve ao alto custo correlacionado ao preço da mais importante moeda virtual. [InfoMoney; EXAME]

Fonte: https://coinmarketcap.com/pt-br/all/views/all.
Nota: Última atualização: 25 mar. 2018.